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Incorporando Exú : a (in)versão colonial na demarcação / dominação do Outro
Ferreira, J. Flávio (Universidade de Coimbra)
Vieira, Fernanda Maria (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Data: 2011
Resum: Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo "civilizacional" buscou sedimentar o imaginário do negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma "cultura". A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último. Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê - considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé - a perspectiva colonial "demonizada" desta divindade acabou por influenciar os cultos afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos "originais".
Resum: This work aims to understand the persistence of colonial and Eurocentric thinking, which in the civilizational process settled an imaginary of the black as savage, uncivilized. Gathered that the former wasn't bearer of an existential significance, he wasn't also producer of "culture". This analysis is grounded on the transformations of the social imaginary about the myth of the divinity Exú during the colonial process in Brazil. In Brazilian religions of African matrix, Exú exercises the transversal function of a trickster. The interpretation of its figures while changing from positive to negative - evil directed - shows not only its controversial ritual role, but mostly the colonial apprehensions of cultural processes with origin in the African continent; in the same sense, it seems to point to the goal of the colonial project regarding its need to subjugate the Other, but also to the former's appropriation of the colonizer's discourse. These processes raise a number of questions, among which: why - considering the ritual variations of Exú in umbanda and candomblé - the colonial perspective of this divinity came to influence afrobrazilian cults, that is, the same cults performed by those who supposedly possessed more knowledge about the original cults.
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Llengua: Portuguès
Document: Article ; recerca ; Versió publicada
Matèria: Religiões afro-brasileiras ; Mito e religiosidade ; Africanidade ; Colonialidade ; Pensamento abissal ; Afro-brazilian religions ; Myth and religion ; Africanism ; Coloniality ; Abyssal thinking
Publicat a: Perifèria : revista de recerca i formació en antropologia, Núm. 15 (2011) , p. 1-25, ISSN 1885-8996

Adreça original: https://revistes.uab.cat/periferia/article/view/v15-n2-ferreira-vieira
DOI: 10.5565/rev/periferia.567


25 p, 1.4 MB

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